Não faz muito tempo, depois de elogiar as minhas crónicas, alguém me perguntou se para mim era fácil escrever. Respondi que era prazeroso. Vida de cronista nem sempre é fácil. Sei que preciso entregar a crónica no prazo, mas nem sempre é possível. Imagino os meus poucos leitores sentindo falta delas e o Benone esperançoso que eu lhe envie logo a próxima e nada. Frustrante. Concordo.
Eh, vida de cronista é uma caminhada cheia de percalços, mas também tem as suas compensações.
Percalços porque preciso, mais do que nunca, estar em dia com os acontecimentos, os factos do dia, buscar fontes, coisas interessantes, me inspirar, entregar as crónicas no prazo - como já disse - (o que nunca acontece), mas existem àqueles momentos que olho para o écran do computador e dá um branco, justamente como a página do Word. Fico horas sem noção nenhuma do que vou escrever.
Compensações porque graças a Deus, depois de tanta peleja, os leitores elogiam os meus textos (será porque são meus amigos?!). Acredito piamente que não. Outro dia mesmo, umas das minhas leitoras assíduas elogiou um texto que eu tinha escrito faz tempo, um texto de natal Presente para o pai natal. Detalhe, ela é tão assídua que só foi ler a crónica de natal agora final de Abril. Olha aí Benone, as pessoas não estão prestando a devida atenção aos novos posts. Mas enfim, como eu dizia, essa leitora elogiou um texto que na minha opinião era o menos interessante. Foi escrito num dia em que eu não estava com a mínima inspiração e, no entanto, esta leitora gostou muito. Fico feliz.
Isso não quer dizer que não quero receber críticas. Críticas também são bem vindas. Acho imprescindível a opinião de uma outra pessoa em relação ao que escrevo, afinal, nem sempre é possível encontrar falhas em algo que foi, supostamente, bem trabalhado. Por exemplo, quando publiquei o texto A taça do mico é nossa, num semanário aqui de Angola, recebi algumas críticas de um pessoal ultra nacionalista. Disseram, na época, que peguei muito pesado porque o mérito da nossa selecção estava em conseguir a vaga para a Copa, não importando o desempenho da mesma. Ok. Não discordo disto, não nego esse mérito, apenas emite a minha opinião quanto ao desempenho da selecção. Outra coisa que fiz foi ser realista quanto aos resultados da Copa. Há quem acredita e jura de pés juntos que vamos à final!!! Peraí né! Vida real é vida real, nacionalismos à parte meu povo.
Mas enfim, ser cronista é isso aí mesmo. Uma das funções da crónica é interferir no quotidiano e obrigar as pessoas a discutirem sobre o assunto. O cronista, ao contrário de um repórter, pode ser subjectivo. Pode (e deve) falar na primeira pessoa sem envergonhar-se. O cronista é o mais livre dos redactores de um órgão de comunicação. Nas minhas crónicas, por exemplo, prefiro ser directa, assim, atinjo o objectivo com mais rapidez. Faço as pessoas reagirem. Mas, há quem não concorde com o meu estilo. Contudo, elogiadas ou criticadas, a verdade é que as minhas crónicas têm encontrado terreno fértil e, portanto, cumprindo a sua função. Então, que venham as críticas.
Carla Marcos
Primeiro: se você não usasse o WORD pra escrever as cronicas, a inspiração viria mais facil e não daria branco na hora de escrever. Tenta o OpenOffice :) hehehe
ResponderExcluirCalála :) é ótimo saber que você faz isso por prazer. Adoro ver as pessoas fazerem o que gostam e fazerem BEM. Eu, apesar de suspeito pra falar, adoro ler o que você escreve, gosto de saber o teu ponto de vista nas mais diversas questões.
Críticas? bom, eu acho que as crônicas são acima de tudo opniões e pontos de vista do cronista, então não tenho como falar q isso ou aquilo deveria ser assim ou assado. Opniões são para ser ouvidas (ou lidas, no caso) e absorvidas ou filtradas, depende de cada um.
Eu acho ótimo que você escreva com esse ímpeto (fui ver no dicionário) :)
Beijãozão pra noiva do ano.
Estou sempre aprendendo alguma coisa com as suas crónicas. Reflito e relaxo ao mesmo tempo. Elas ocupam um determinado espaço na minha vida. Curto muito. Bjs!!
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