Nos dias de hoje é cada vez mais necessário estar constantemente ligado à Internet por vários motivos: constante comunicação com amigos e familiares distantes devido a globalização; estar em constante contacto com cliente e parceiros de negócios; manter-se sempre actualizado através das diversas formas de publicação de noticias (twitter, rss, blogs, etc.). Estar ‘offline’ significa estar desactualizado sobre as últimas informações e estar ‘online’ deixou de ser um luxo para ser uma necessidade em vários aspectos. Eu iria até mais longe para dizer que em alguns lugares, acesso à Internet tornou-se um recurso de primeira necessidade comparado com serviços como luz eléctrica, água e gás em uma residência.
Mas como isso se aplica à realidade angolana? ...especialmente sabendo que os recursos de primeira necessidade acima citados ainda faltam para maioria da população.
Existem dois aspectos a serem considerados inicialmente:
Antes de mais devemos considerar que as ‘necessidades’ de acesso acima descritas são válidas em uma realidade onde exista conteúdo online que as pessoas precisem usar no seu dia-a-dia. Por conteúdo online podemos considerar qualquer tipo de informação disponível na internet relevante a um dado indivíduo.
Por outro lado, devido a globalização previamente mencionada, o conteúdo online gerado fora de Angola continua sendo válido e necessário também para os angolanos (quer nos apercebamos disto ou não).
Vale também lembrar que o conteúdo online pode ser gerado por angolanos ou não e para angolanos ou não.
Com os parâmetros devidamente definidos, vamos dar uma olhada mais de perto às opções que a realidade angolana nos oferece:
Acesso móvel
Bom, em Angola já é possível fazer parte da realidade de estar conectado ‘24h’ através do seu telefone, laptop ou tablet. Temos no momento duas opções para isto que são obviamente as duas únicas operadoras licenciadas de telefonia celular. As duas fazem uso da tecnologia 3G para prover acesso a qualquer smartphone, tablet ou PC (através dos dongles USB).
Em termos comerciais, ambas oferecem planos de dados para celulares (o que inclui acesso a Internet alem da voz) e os planos apenas de dados, geralmente usados apenas para tablets e/ou laptops com suporte a cartões SIM.
Como exemplo prático, estou neste momento a escrever este artigo em uma fazenda no meio do nada no Kwanza-norte, usando o Google Docs (nuvem,) usando o sinal da Unitel no meu tablet... produtividade.
Acesso Fixo
Com o advento das novas tecnologias que existem agora (LTE, Wimax, etc.) tornou-se relativamente mais viável para as operadoras fazerem as suas entregas na última milha. E dadas as condições das nossas cidades (leia-se: falta de infra-estructuras apropriadas para oferecer serviços que dependam de uma cabeamento apropriado), a adopção das soluções sem fio (wireless) ou seja, que não dependam de nenhum cabeamento até ao ponto de entrega - o cliente, tornou-se uma aposta óbvia para os nossos provedores. É assim que hoje vemos as mais diversas implementações de Wimax a serem entregues com os mais diversos preços; alguns viáveis outros não.
Entre os maiores jogadores estão obviamente a Angola Telecom e a MS Telecom e claramente a MSTelecom, através da NetONE é a que oferece o serviço Wimax comercialmente mais atractivo. Aparentemente a Angola Telecom ainda encontra alguns problemas técnicos(?) que os impede de oficialmente lutar pela sua parcela deste mercado, limitando-se no momento às suas opções de ADSL, e Dial-Up.
Alguns outros jogadores de menor porte já estão no nosso mercado mas sabendo que tecnicamente ainda dependem dos tubarões já mencionados, mais vale ir direto à fonte.
E agora?
Então, com todas essas opções, vale a pena para o consumidor angolano aderir a esses serviços? Obviamente depende do que o leva estar online. A Internet é um óptimo método de obter informações, não só de Angola como de todo o mundo. É a forma mais rápida e prática de manter contacto com os seus familiares, amigos, cliente e parceiros... desde que eles também estejam na Internet. E ainda abre um enorme leque de possibilidades para negócios.
Com a implementação (em curso) do programa eGov (governação electrónica), vai tornar-se absurdamente mais prático para o utente usufruir dos diversos serviços públicos que (esperamos nós) estarão cada vez mais disponíveis online (como o SIAC por exemplo) acabando assim com as intermináveis filas e confusões para fazer valer a sua cidadania.
E acima de tudo, a Internet é um recurso indispensável para o estudante, seja ele de que nível académico ou profissional for como ferramenta de pesquisa, colaboração, publicação e alcance de público.
É óbvio também que os custos do acesso em Angola continuam ridículamente exagerados por vários motivos que serão discutidos em um outro artigo, então compreende-se que para grande parte de população, é um recurso economicamente inviável portanto, a avaliação final da relação custo/benefício fica a cargo de cada um.
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