Vi Hugo desprezar de um Deus a equidade,
Lamartine, monarcha, Voltaire feito frade.
..............................................................................
E vi, sonho sublime!- em célico clarão!
ressurgir Angola em meio da escuridão!...
Oh! Fontes, ao clarão d`uma aurora virginal,
vi realizar-se o teu íntimo ideal!
Vi então Angola das vascas dagonia
erguer-se esplendorosa à luz de um novo dia.
Vi envolta em horrida, infecta podridão!...
a vilania, o crime, a vil escravidão
Vergonhosa e corrida a pérfida canalha.
Que volvia à condição servil da gentalha.
Reinava a harmonia; o Sol da Igualdade
Já de luz innundava a livre humanidade.
E minh alma sorria e sentia em meu peito
o bem estar immenso do amôr satisfeito.
E que bello deve ser para o peito angolano
ver vingar o Direito e a queda do tyranno?
Que bello é pois viver numa família immensa
guiados pelo Fé, unidos pela Crença?!...
Tudo isto antevia no sonho fabuloso
envolto num clarão, ethereo, luminoso
..............................................................................
Porém, quando acordei, a negra realidade
mostrou-se bem crua:
nulla era a Igualdade
utopia o Direito e zero a liberdade!...
Lourenço do Carmo Ferreira
Loanda, 17 de Setembro de 1902
Lamartine, monarcha, Voltaire feito frade.
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E vi, sonho sublime!- em célico clarão!
ressurgir Angola em meio da escuridão!...
Oh! Fontes, ao clarão d`uma aurora virginal,
vi realizar-se o teu íntimo ideal!
Vi então Angola das vascas dagonia
erguer-se esplendorosa à luz de um novo dia.
Vi envolta em horrida, infecta podridão!...
a vilania, o crime, a vil escravidão
Vergonhosa e corrida a pérfida canalha.
Que volvia à condição servil da gentalha.
Reinava a harmonia; o Sol da Igualdade
Já de luz innundava a livre humanidade.
E minh alma sorria e sentia em meu peito
o bem estar immenso do amôr satisfeito.
E que bello deve ser para o peito angolano
ver vingar o Direito e a queda do tyranno?
Que bello é pois viver numa família immensa
guiados pelo Fé, unidos pela Crença?!...
Tudo isto antevia no sonho fabuloso
envolto num clarão, ethereo, luminoso
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Porém, quando acordei, a negra realidade
mostrou-se bem crua:
nulla era a Igualdade
utopia o Direito e zero a liberdade!...
Lourenço do Carmo Ferreira
Loanda, 17 de Setembro de 1902
viva a liberdade e a igualdade entre os povos!
ResponderExcluirq isso deixe de ser uma utopia e seja a mais bela realidade,q o ser humano um dia já viu...
parabêns!